Page 44 - 360.revista de alta velocidad Nº4
P. 44

La alta velocidad, necesaria para mantener el tráfico ferroviario de larga distancia
              número 4 - diciembre 2016 - Pág: 41-58                                  Alberto García Álvarez



            SUMMARY
            In 1991 rail traffic in the 31 main Spanish long-distance routes accounted for 4.04 million passengers. If the speed or
            other characteristics of the offer had not changed since then, in 2015 traffic in these routes would have been reduced
            by 31 percent to 2.46 million passengers. However, in this period high-speed services were implemented in 13 of
            these routes while services that partially use high speed were offered in other 15, which has allowed the number of
            passengers to multiply by 4.6, reaching 18.74 million.
            The analysis in this article confirms the observation that conventional long-distance passenger traffic (this being
            defined as the one that is not developed in high speeds) has been undergoing a continuous loss of market share since
            the last two decades of the 20th century. In the article we study the reasons for this decline, and the analysis allows
            us to answer the question about what would have happened with long-distance traffic in Spain if the high-speed
            network had not been implemented.
            Clearly, the decrease in traffic in conventional trains is partly a consequence of the transfer of passengers to high-
            speed trains, but it is also a result of the improved offer of the car, bus and plane, which have gone from being
            almost nonexistent 50 years ago to now having an important market share.
            Where there is not high speed and the offer of other modes of transport is stabilised, it can be seen how conventional
            long-distance railway is steadily losing market share. In this article we size up this phenomenon and confirm the
            hypothesis that, when the offer is the same, the railway only manages to keep and increase its market share if it is
            high-speed transport, indeed.
            It is concluded that this fact is a consequence of the enhanced value of the time of the passengers as the income
            gradually increases: greater values of the time, as a result of an increased income, make consumers choose the
            fastest  modes  of  transport  and  reject  the  slow  ones.  The  decline  of  the  conventional  railway  is  therefore  a
            consequence of the increase in the income. High speed is essential to keep railway passengers in a situation of higher
            incomes and thus prevent them from choosing the plane or the private car, with the consequent rise in social costs.

            KEY WORDS:
            Speed, demand, value of the time, planning, conventional railway.

            SUMÁRIO

            Em 1991, o tráfego por comboio nas 31 principais rotas espanholas de longa distância foi 4,04 milhões de viajantes.
            Se, desde então, a velocidade e outras características da oferta não tivessem sofrido alterações, em 2015, o tráfego
            nestas rotas teria sido reduzido em 31% até aos 2,46 milhões de viajantes. Não obstante, neste período foram
            implementados serviços de alta velocidade em 13 destas rotas e noutras 15 foram oferecidos serviços que utilizam
            parcialmente a alta velocidade, o que permitiu que o número de viajantes se multiplique em 4,6, chegando a 18,74
            milhões.
            A  análise  realizada  com  este  artigo  confirma  a  observação  de  que  o  tráfego  de  viajantes  de  longa  distância
            convencional (ou seja, aquele que não ocorre em alta velocidade) tem sofrido uma perda contínua de quota de
            mercado desde as duas últimas décadas do século XIX.  No artigo são estudados os motivos deste declínio e a análise
            permite dar resposta à pergunta "O que aconteceu com o tráfego de longa distância em Espanha por não se ter
            implementado a rede de alta velocidade?".
            Desde então, a queda do tráfego em comboios convencionais é, em parte, consequência da mudança de viajantes
            para comboios de alta velocidade e também da melhoria da oferta de automóvel, autocarro e avião que passou de
            ser quase inexistente há 50 anos a ter hoje uma importante quota de mercado.

            Onde não há alta velocidade, e com a oferta de outros meios de transporte estabilizada, é possível observar como o
            comboio convencional de longa distância não deixa de perder quota de mercado. Neste artículo, este fenómeno é
            quantificado e confirma-se a hipótese de que, efetivamente, a igualdade de oferta, o comboio só consegue manter
            e aumentar a sua quota de mercado se for de alta velocidade.
            Concluiu-se que este fato é consequência do aumento do valor do tempo dos viajantes à medida que aumenta o
            rendimento: maiores valores do tempo, derivados da subida do rendimento, fazem com que os consumidores escolham
            os  meios  de  transporte  mais  rápidos  e  rejeitem  os  lentos.  O  declínio  do  comboio  convencional  é,  portanto,
            consequência do aumento do rendimento. A alta velocidade torna-se imprescindível para manter os viajantes do
            comboio no cenário de rendimentos mais altos e para evitar que os viajantes mudem para o avião ou automóvel
            particular com o consequente aumento dos custos sociais.
            PALAVRAS CHAVE:
            Velocidade, procura, valor do tempo, planificação.

                                                          42
   39   40   41   42   43   44   45   46   47   48   49